Dra Elaine Miwa Watanabe

Perda auditiva: eu ouço mas não entendo

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Segundo a Organização Mundial da Saúde em 2050 haverá cerca de 2,5 bilhões de pessoas no mundo com algum grau de perda auditiva. E que pelo menos 700 milhões, ou seja, um em cada 10 pessoas necessitem de algum tipo de tratamento para melhorar a audição. Então, precisamos cuidar já da nossa audição.

E como a perda auditiva nos afeta?

A perda auditiva atrapalha no desenvolvimento da fala e do aprendizado de crianças e adolescentes. Consequentemente acaba levando ao isolamento social. Isso acaba aumentando o risco de demência com o avanço da idade. Dessa forma as pessoas deixam de sair de casa se isolando cada vez mais. E frequentemente ficam com vergonha de pedir para repetir o que foi dito por não entender o que os outros estão falando. Por isso tudo pode trazer solidão, depressão e ansiedade.

Como prevenir a surdez ou a perda de audição?

A saúde auditiva está presente desde antes de nascermos. Isso podemos fazer com um bom pré natal. De fato, sabemos que algumas doenças durante a gravidez podem afetar a audição do recém nascido.  Assim como uso de cigarro e quando nascem antes do tempo. Além disso, em seguida ao nascimento, existe o teste da orelhinha que é obrigatório em todos os bebês. Portanto, é fundamental a prevenção de doenças. Isso pode ser feito com vacinação, proteção auditiva no trabalho e recreativo (evitando ouvir som muito alto em fones por exemplo). Aliás, além do fumo, outro fator de risco é a diabetes quando não está bem controlada.

"Eu ouço mas não entendo": pode ser sinal de perda auditiva?

Sim. Deve ser investigado a causa, mas pode ser sim um sinal de perda auditiva. É muito comum a pessoa com perda auditiva se queixar que tem dificuldade de entender conversas em ambientes com mais pessoas como por exemplo festas, reuniões familiares e restaurantes. Outro sinal de perda auditiva pode também ser o zumbido

É verdade que quanto mais demoro para usar aparelho auditivo mais difícil é a adaptação?

Sim. A pessoa com perda auditiva pela idade vai se “acostumando” com ela. Consequentemente muitas vezes não percebe a própria dificuldade. Isso porque esse processo é lentamente progressivo. Quem nota geralmente são os parentes ou amigos próximos que notam a televisão mais alta ou que tem que repetir a mesma informação várias vezes. É importante ressaltar que todo aparelho auditivo precisa de uma “adaptação”. Portanto não é só colocar um aparelho na orelha e sair andando com ele. Cada paciente tem o seu grau de perda e ele precisa ser ajustado de acordo com suas necessidades.

Bibliografia
  1. World Health Organization. Deafness and hearing loss. 
  2. Hearing Loss Association of America. Understanding Hearing Assistive Technology (HAT). Disponivel em https://www.hearingloss.org/hearing-help/technology/hat/ 

Dra Elaine M. Watanabe

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