Dra Elaine Miwa Watanabe

Dra Elaine Miwa Watanabe

Otorrinolaringologista

Zumbido tem tratamento

Zumbido pode ser emocional

Zumbido pode ser emocional

Zumbido no ouvido pode sim ter origem emocional. Esse sintoma pode aparecer no ouvido ou na cabeça, mas não necessariamente se trata de um problema auditivo. Dessa forma, pode ocorrer de todos os exames do ouvido pedidos pelo médico estarem absolutamente normais.

Como o zumbido é percebido?

O zumbido é um som que pode se apresentar de muitas formas diferentes como chiado, apito, cigarras, panela de pressão, motor…, enfim, uma série de possíveis sons que podem variar ao longo do dia e às vezes até sumir. Inclusive pode ser um ou mais sons diferentes, oscilar lado e volume.

Desde quando se sabe que o zumbido pode ter relação com o emocional?

Segundo a literatura, Hipócrates, médico grego que viveu até 370 a.C., já associava a coexistência de zumbido e sintomas depressivos.Na época, hipotetizava-se que havia uma secreção conhecida como atrabílis ou bile negra, produzida pelo baço e glândulas suprarrenais que tinha efeito no cérebro, causando uma série de sintomas.

Zumbido e alterações emocionais, qual a relação?

Atualmente sabemos que doenças como ansiedade, depressão, transtornos alimentares, transtorno obsessivo compulsivo e outros, ocorre um desequilíbrio de neurotransmissores. Mas antes de mais nada, o que são neurotransmissores? São substâncias que atuam como mensageiros entre um neurônio e outro e que quando estão em desequilíbrio causam uma série de sintomas e doenças. Portanto, tanto o excesso como a falta de algum neurotransmissor, pode levar a pessoa a ter sintomas excitatórios que deixam a pessoa mais alerta, sem sono, falando rápido ou o contrário: lentificada, mau humorada, com sono excessivo, entre outros. Isso de uma forma muito resumida. Dessa forma, o excesso ou a falta de algum neurotransmissor, pode também fazer com que o zumbido apareça.

Quais são os neurotransmissores?

Existem vários:

  • Acetilcolina: relacionada à atenção e memória, importante no aprendizado
  • Adrenalina: é o neurotransmissor que prepara para o corpo para os momentos de “luta e fuga”
  • Dopamina: atua na área motivacional, atua no nosso sistema de recompensa.
  • Serotonina ou 5-hidroxi-triptamina: regula o humor e a memória.
  • Noradrenalina: responsável por mobilizar o corpo e o cérebro a algum tipo de ação. Quando está baixo ocorre diminuição da atenção, humor deprimido, cansaço. No nosso corpo atua para regular a pressão arterial e frequência cardíaca.
  • GABA (ácido amino butírico): é um neurotransmissor predominantemente inibitório
  • Glutamato: é um neurotransmissor  predominantemente excitatório
  • Ocitocina: reflete o sentimento de amor

Tem como medir um neurotransmissor ?

É possível dosar alguns neurotransmissores no sangue, porém esse valor não necessariamente corresponde à mesma quantidade que está atuando dentro do nosso cérebro. Por isso, a avaliação do psiquiatra ou do médico com experiência em transtornos emocionais, é fundamental para detectar quais os sintomas de cada paciente. E mais, cada neurotransmissor pode atuar de forma diferente em regiões diferentes do nosso cérebro. Em vista disso, através de uma boa anamnese o médico vai saber avaliar quais neurotransmissores estão em desequilíbrio por meio dos sintomas apresentados. Para se ter uma ideia, o neurotransmissor que é exerce principalmente a funação excitatória, o glutamato, é justamente o precursor de um neurotransmissor que é inibitório, o GABA. Dessa forma entende-se que a matemática dos neurotransmissores é bem complexa.

Como é o tratamento para o zumbido nestes casos?

A princípio é importante diagnosticar qual transtorno emocional o paciente possui. Dependendo de cada caso, o tratamento pode ser medicamentoso ou terápico ou ambos. Isto posto, nunca tome medicamentos sem a avaliação do médico especialista. Esta é fundamental. Até porque zumbido no ouvido também não é sinônimo de problema emocional.

Interromper o tratamento bruscamente pode dar zumbido?

Sim, interromper medicamentos de forma brusca, sem o acompanhamento médico pode fazer aparecer ou aumentar o zumbido no ouvido. Pode ocorrer inclusive de alguns remédios provocarem zumbido no início do tratamento. Por conseguinte é de extrema importância o acompanhamento médico.

Existe tratamento não medicamentoso?

Sim, porém cabe ressaltar que muitas vezes, o tratamento não medicamentoso sozinho pode não curar o zumbido. Em qualquer caso é necessário ter uma alimentação equilibrada com comida de verdade e evitar embutidos, carboidratos em excesso. De fato, ter um bom sono, ter níveis bons de vitamina D, tiamina, praticar esportes e até mesmo ter um bom hábito intestinal são excelentes aliados no equilíbrio dos neurotransmissores. Além disso existem técnicas de controle de atenção, relaxamento e comportamentais que podem ajudar a ressignificar o zumbido e melhorar o incômodo. Ao mesmo tempo, a terapia cognitiva comportamental (TCC) foi originalmente desenvolvida para o tratamento de quadros depressivos nos anos 50. Com o tempo viu se ser muito útil no tratamento de zumbido no ouvido a partir dos  anos 80 com bons resultados.

Conclusão sobre o zumbido e o emocional

Cada paciente é único, com o tratamento totalmente personalizado de acordo com as causas de cada um. Por fim, não existe fórmula mágica para tratar o zumbido e nem todo tratamento é igual para todos mesmo que o zumbido seja igualzinho. Ainda assim o problema emocional também pode estar presente junto a outras causas de zumbido, não sendo simplesmente uma causa isolada. isso torna o tratamento realmente complexo exigindo esforço conjunto do paciente e do médico.

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