Dra Elaine Miwa Watanabe

Dra Elaine Miwa Watanabe

Otorrinolaringologista

Zumbido tem tratamento

Zumbido e Síndrome Tônica do Tensor do Tímpano

Zumbido e Síndrome Tônica do Tensor do Tímpano

Por Dra Elaine M Watanabe, otorrinolaringologista pesquisadora em zumbido no ouvido

Zumbido e Síndrome Tônica do Tensor do Tímpano: já ouviu falar? Segundo a literatura, uma das causas de zumbido no ouvido é a Síndrome Tônica do Tensor do Tímpano, também conhecida como STTT. Inicialmente foi descrita nos anos 70 por Klockhoff. Portanto, não é nenhuma síndrome nova para quem trabalha com zumbido.

O que é Tensor do Tímpano?

Em primeiro lugar vamos falar um pouco sobre anatomia. Surpreendentemente trata-se de um músculo que pode interferir na complacência da membrana timpânica devido sua conexão com um ossículo do ouvido chamado cabo do martelo.

Qual a importância desse músculo tensor do tímpano?

Eventualmente quando somos submetidos a sons de alta intensidade, esse músculo contrai o ossinho do cabo do martelo deixando o tìmpano enrijecido, abafando o som. Consequentemente esse mecanismo protegeria nosso ouvido contra mais estímulos sonoros de alta intensidade, evitando possíveis lesões nas células auditivas.

Como é o zumbido na Síndrome Tônica do Tensor do Tímpano?

É um zumbido pulsátil, porém não é rítmico igual à frequência cardíaca. Ou seja, é um barulho que não acompanha o barulho do coração. Portanto, tem um ritmo próprio. Ainda assim, pode se manifestar de forma diferente em cada pessoa. Dessa forma, a pessoa pode relatar sensação de tremor ou vibração no ouvido como se fosse asa de borboleta, barulhos do tipo “tec tec tec”, “cloc cloc cloc”, ruído tipo “rrrrrr”, entre outros. Constantemente outras pessoas podem ouvir esse som, mas é difícil. Inclusive esse zumbido pode ser visível ao otorrinolaringologista ao exame de otoscopia durante a consulta.

Quais os sintomas da Síndrome Tônica do Tensor do Tímpano?

Além do zumbido pode ocorrer sensação de ouvido entupido ou abafamento na audição do lado afetado, dor de cabeça, tontura, náusea, dor, sensação de repuxamento ou fisgadas e até queimação próximo à orelha são bem comuns.

Como o músculo tensor do tímpano é inervado pelo nervo trigêmeo que é o mesmo que inerva a face, é bom comum esses sintomas de desconforto se estenderem portanto para a região facial.

Dra Elaine M Watanabe é otorrinolaringologista pesquisadora em zumbido no ouvido

Tem relação sentir incômodo com alguns sons?

Sim, é comum a pessoa passar a se incômodar com determinados sons. Isso pode ser chamado de hipersensibilidade auditiva e o otorrinolaringologista vai conseguir diferenciar e tratar cada uma delas. Já que existem vários tipos de hipersensibilidade auditiva: recrutamento, hiperacusia, misofonia e fonofobia. A mais comum na Síndrome Tõnica do Tensor do Tímpano é a hiperacusia.

STTT pode ter relação com problema odontológico?

Sim, problemas de mordida e disfunção da articulação temporomandibular podem ocorrer. Provavelmente, a explicação mais óbvia é a de que tanto o  músculo tensor do tímpano como os músculos da mastigação são inervados pelo mesmo nervo, o trigêmeo. Dessa forma, toda a região ficaria mais tensa, facilitando as contrações desordenadas da musculatura prejudicada.

STTT pode ter relação com o Choque Acústico?

Sim, são muito parecidos os sintomas dessas duas comorbidades. A diferença é que no Choque Acústico a pessoa sofre exatamente um trauma acústico. Em outras palavras, a pessoa ouve um som intenso de forma inesperada, como uma explosão por exemplo. E na STTT não há necessariamente um trauma acústico, Embora este também possa ser um tipo de gatilho para a síndrome ocorrer.

Como é o tratamento para STTT?

Cada caso é um caso. Porém, geralmente o tratamento do zumbido da Síndrome TÔnica do Tensor do Tímpano é multidisciplinar. Isso inclui médicos (otorrinolaringologistas, psiquiatras, neurologistas, por exemplo) e outras áreas da saúde como fisioterapia, psicologia e odontologia. Consequentemente o tratamento pode ir além do medicamento como cuidar da postura, da mordida e nosso bem estar mental. Fatores como estresse, ansiedade, depressão e sono, podem estar envolvidos.

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