Dra Elaine Miwa Watanabe

Dra Elaine Miwa Watanabe

Otorrinolaringologista

Zumbido tem tratamento

Fotobiomodulação e Zumbido: O que a Ciência diz

Dra Elaine Miwa Watanabe é médica otorrinolaringologista pesquisadora em zumbido no ouvido

Fotobiomodulação e Zumbido: O que a Ciência diz? Primeiramente, a fotobiomodulação, também conhecida como PBM (photobiomodulation), é uma terapia não invasiva que utiliza luz de baixa intensidade. Ou seja, ela emprega lasers, LEDs e luz de banda larga nos espectros visível e infravermelho. Além disso, é um processo não térmico que interage com o corpo em níveis fotofísicos e fotoquímicos.

Mas antes de mais nada, o que é zumbido?

Primeiramente precisamos defini-lo: é a sensação de um barulho percebido dentro do ouvido ou na cabeça, ou seja, não se trata de um barulho do ambiente. Enquanto que o que causa o zumbido pode sim ser uma doença, o zumbido em si não é uma doença e sim um sintoma.

Definindo a Fotobiomodulação (PBM)

Em outras palavras, a PBM é uma forma de terapia de luz que usa fontes de luz não ionizantes. Similarmente, ela envolve cromóforos endógenos que desencadeiam eventos terapêuticos. Por exemplo, alívio da dor, redução da inflamação, imunomodulação e cicatrização de feridas.

Uso Clínico de Lasers para Zumbido

Desde a década de 1990, lasers têm sido usados clinicamente para tratar zumbido. No entanto, a eficácia terapêutica ainda é incerta até hoje. De fato, vários estudos não demonstraram melhora significativa nos sintomas do zumbido com a terapia de fotobiomodulação.

Estudos e Resultados Conflitantes

Aliás, existem estudos limitados com resultados conflitantes sobre a eficácia da PBM no tratamento do zumbido. Por exemplo, um estudo mostrou eficácia em pacientes com DTMs Idifunção temporomandibular). Contudo, outros estudos não mostraram redução substancial do zumbido.

Efeitos Colaterais da Fotobiomodulação

Ademais, alguns efeitos colaterais comuns incluem coceira, manchas vermelhas e congestão no canal auditivo. Também, manifestações alérgicas leves podem ocorrer. Apesar disso, embora alguns estudos relatem melhora inicial nos resultados do zumbido, outros revelam uma queda desse resultado em menos de 24 horas.

Melhora Sustentada e Acompanhamento

Embora muitos estudos mostrem melhora inicial ou momentânea, poucos demonstram melhora sustentada. E o que isso significa? Em outras palavras, significa que não é conhecido ainda um efeito “duradouro”.

Qual especialista devo procurar ?

De fato, é fundamental a avaliação de um otorrinolaringologista para tentar diagnosticar a causa e fazer o tratamento especializado. Aliás, saber a causa é o primeiro passo para se direcionar ao tratamento mais assertivo! Clique aqui para saber mais sobre causas de zumbido

Revisão Sistemática e Resultados

Em uma revisão sistemática de ECRs (Ensaios Clínicos Randomizados: são o padrão “ouro” dos estudos), 80% dos estudos mostraram que a fotobiomodulação é ineficaz no tratamento do zumbido. Em outro, conclui-se que ainda temos muito que estudar a respeito para definir qual protocolo pode ser realmente efetivo. Assim, a influência da PBM no tratamento do zumbido ainda é discutível.

Necessidade de Estudos Futuros

Portanto, estudos futuros prospectivos bem elaborados são essenciais para avaliar o efeito da PBM no tratamento do zumbido. Afinal, o tratamento de zumbido no ouvido não é o mesmo para todo mundo. Assim como as causas são diferentes, o tratamento também muda de uma pessoa para outra. Mesmo que o zumbido seja igualmente percebido como um chiado por exemplo, não quer dizer as causas sejam as mesmas. Procure o otorrinolaringologista.

Bibliografia:
  1. Nikookam, Y., Zia, N., Lotfallah, A., Muzaffar, J., Davis-Manders, J., Kullar, P., Smith, M. E., Bale, G., Boyle, P., Irving, R., Jiang, D., & Bance, M. (2023). The effect of photobiomodulation on tinnitus: a systematic review. The Journal of laryngology and otology, 1–22. Advance online publication.
  2. Talluri, S., Palaparthi, S. M., Michelogiannakis, D., & Khan, J. (2022). Efficacy of photobiomodulation in the management of tinnitus: A systematic review of randomized control trials. European annals of otorhinolaryngology, head and neck diseases, 139(2), 83–90.
  3. Imagens Pixabay
Consultório
consutório dra elaine m watanabe