Dra Elaine Miwa Watanabe

Dra Elaine Miwa Watanabe

Otorrinolaringologista

Zumbido tem tratamento

Betaistina para zumbido no ouvido?

Dra Elaine Miwa Watanabe é médica otorrinolaringologista pesquisadora em zumbido no ouvido

Já ouviu falar que Betaistina funciona para zumbido no ouvido ?

Mas será que isso é verdade mesmo, betaistina funciona para o tratamento de zumbido no ouvido? Primeiramente temos que saber o que é zumbido no ouvido: trata-se de um som percebido no ouvido ou na cabeça sem se tratar de um som no ambiente.Isto é, trata-se de um sintoma, não de uma doença.

O que é betaistina ?

De acordo com a literatura, trata-se de uma medicação que existe desde o final dos anos 60 com efeito de vasodilatação na microcirculação coclear, ou seja, do ouvido. De fato, os estudos demonstram a eficácia dessa medicação no tratamento de Doença ou Síndrome de Menière, justamente por esse mecanismo da redução da pressão endolinfática. Dessa forma, isso reduziria as condições da hidropsia endolinfática, reduzindo os sintomas do Menière.

Mas afinal, o que é Síndrome ou Doença de Menière?

De forma reduzida, trata-se de crises de vertigem com duração de minutos a horas com perda auditiva e zumbido associados. Isso ocorre por um aumento da pressão de líquido chamado endolinfa, que está presente dentro do aparelho auditivo e também dentro do labirinto. Por isso pode dar tanto sintomas auditivos como labirínticos.

Síndrome de Menière pode causar zumbido no ouvido?

Sim! Inicialmente, as crises de tontura, o zumbido e a perda auditiva podem aparecer e depois sumir. Ou seja, pode ocorrer da pessoa ter a sensação de ouvido tampado, com ou sem zumbido, e depois da crise a sensação de perda auditiva e até mesmo o zumbido melhoram. Inclusive, pode ocorrer da perda auditiva aparecer em um exame de audiometria e quando a pessoa faz outra, a audiometria pode se apresentar normal. Frequentemente, os tipos de zumbido mais relatados são chiado e apito.

Na Síndrome de Menière a audiometria pode estar normal?

Sim! Salvo durante a crise, entre uma crise e outra, pode ocorrer da audiometria estar normal. Saiba mais sobre zumbido, tontura e Menière

Afinal, a medicação betaistina melhora o zumbido ?

Depende. Com efeito de melhora da doença ou síndrome de Meniére a betaistina pode melhorar o zumbido nestes casos. Porém, os estudos não conseguem ainda comprovar que essa medicação possa melhorar o zumbido de origem idiopática quando comparado ao placebo. Ou seja, não há evidências de melhora nos casos de zumbido de causa desconhecida. Por isso, a avaliação do otorrinolaringologista é fundamental para saber se essa medicação estaria indicada para o seu caso.

Nunca se automedique

Seja como for, procure um médico especialista porque a origem do zumbido pode confundir o paciente. Exemplo disso é a relação do zumbido às infecções virais. Inegavelmente, é realmente possível que uma virose possa provocar uma lesão auditiva e consequentemente zumbido. Por outro lado, também é possível que os remédios utilizados possam igualmente provocar o zumbido e não a infecção em si. Por isso, é fundamental a avaliação médica para eliminar os fatores “confundidores”.  Então quais seriam os remédios ototóxicos?

Quais os efeitos colaterais da betaistina?

Sobretudo os mais comuns são efeitos gastrointestinais tais como má digestão, dor abdominal, mal estar, dor de cabeça e até mesmo falta de ar. Enquanto que há contraindicações em pacientes com feocromocitoma.

Tratamento de zumbido é tudo igual para todos ?

Não! Pela possibilidade das causas serem múltiplas, cada indivíduo deve ser avaliado caso a caso. Mesmo que o zumbido seja um apito fino igualzinho ao de uma outra pessoa, as causas não necessariamente são as mesmas e portanto, o tratamento também não.

Bibliografia:

  1. Etiologia. Watanabe E, Mezzalira R. In: Oiticica J, Mezzalira R, Cassou R, Bittar R (EE). Zumbido. Thieme Revinter. 2022. 1ª edição. p51-57.
  2. Wegner I, Hall DA, Smit AL, McFerran D, Stegeman I. Betahistine for tinnitus. Cochrane Database Syst Rev. 2018;12(12):CD013093. Published 2018 Dec 28. doi:10.1002/14651858.CD013093.pub2
  3. Imagens Pixabay
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