Zumbido no ouvido
Zumbido no ouvido: o que é, causas e tratamentos
Zumbido no ouvido é um som que pode ser percebido pela pessoa na ausência de um estímulo sonoro, ou seja, não se trata de um som do ambiente. Nesse texto você vai saber quais são as causas e os tratamentos para o zumbido.
Qualquer médico pode tratar de zumbido?
Sim! Embora todos os médicos de qualquer especialidade possam cuidar desse sintoma que aflige muitas pessoas, nem todos tem preparo para fazer uma boa investigação diagnóstica e dar um seguimento adequado no tratamento. Por isso, o especialista otorrinolaringologista costuma ter mais experiência no diagnóstico e tratamento do zumbido.
Quem é o médico que trata zumbido no ouvido?
O médico com experiência em zumbido no ouvido é o que investiga, diagnostica e trata esse sintoma que afeta 20% da população mundial. A princípio, o otorrinolaringologista, por cuidar das doenças auditivas, é o médico especialista a quem o paciente procura em primeiro lugar. Entretanto, o zumbido pode aparecer também na cabeça, portanto outras especialidades médicas como psiquiatria e neurologia também são procuradas para avaliar esse sintoma.
Como é o seu zumbido no ouvido?
- chiado
- motor de geladeira
- assobio
- asa de borboleta batendo
- som de várias cigarras cantando
- abelhas zunindo
- pulsação do coração
- pernilongo voando
- som de onda do mar
- som de televisão “fora do ar”
- barulho da panela de pressão
- rádio fora de sintonia
- som de chuva
- som de estalos: “tec tec tec”
- apito
- batidas tipo “tum tum tum” rítmicos junto com o coração ou arrítmicos, entre outros.
Zumbido é um sintoma e não uma doença
Diferentes sons podem aparecer. O zumbido é um sintoma, não se trata de uma doença e pode ter uma ou várias causas associadas. Assim como febre e dor de cabeça, que também são sintomas que podem ter várias causas.
Como e quando o zumbido surgiu?
Nem sempre essa pergunta é fácil de ser respondida, até porque pode ter aparecido “do nada”. Mas às vezes o paciente se lembra que o zumbido surgiu após exposição a som alto como um show ou algum tipo de explosão, seja de uma máquina ou de fogos de artifício. Além disso, pode ter sido após ter sofrido algum trauma local como por exemplo bateu o cabeça numa queda, tomou uma “cabeçada” no futebol, entre outros. Pode ter aparecido também depois de alguma internação, virose, fase de estresse, esforço físico, mudança de medicação, atividade física, manipulação dentária ou de pescoço, noite mal dormida.
O zumbido surgiu do nada?
Muitas vezes a pessoa não vê relação com nenhum evento especificamente. Parece que simplesmente surgiu do nada, sem uma aparente explicação: “ eu estava vendo televisão e percebi o zumbido” ou então: “acordei com zumbido após um cochilo no sofá”.
Tem algum horário em que o zumbido é mais alto?
Frequentemente o zumbido pode ficar mais alto em alguns horários. Em geral isso ocorre à noite, por causa do silêncio do ambiente. Porém, algumas pessoas podem notar o zumbido mais forte pela manhã e não estar necessariamente relacionado ao silêncio do ambiente. E por que isso acontece? Eventualmente algumas alterações do sono como a síndrome da apneia do sono, bruxismo, alterações cervicais ou mesmo posturais durante o sono, podem causar ou piorar o zumbido percebido. Ao mesmo tempo, quando a pessoa tem alterações do metabolismo da glicose, pelo fato de ficar à noite toda em jejum também poderiam desencadear o aumento do zumbido ao acordar.
Como é o diagnóstico do zumbido no ouvido?
O diagnóstico do zumbido vai depender de várias características de como o paciente percebe o zumbido, Por exemplo: se é chiado ou apito, alto ou baixo, contínuo ou se às vezes chega a sumir, pulsátil sincrônico com coração ou não, unilateral ou bilateral ou na cabeça toda. Ou seja, por aí se vê que o zumbido não é simplesmente um barulhinho qualquer. Contudo, ainda assim podem existir outros barulhos associados como ventania, onda do mar, motor de geladeira, entre outros, porque é possível a pessoa ter mais de um tipo de zumbido.
A importância de saber ouvir o paciente
Tudo o que o paciente disser importa: como começou, fatores de melhora, fatores de piora, nome dos remédios que toma, se já trabalhou ou trabalha com ruído, como é o sono e se tem outras comorbidades. Dessa forma, saber ouvir a queixa do paciente é fundamental antes de se pedir qualquer exame.
Como o médico avalia o zumbido pelo exame físico?
No exame físico avalia-se as condições do conduto auditivo, se há cera ou alguma infecção interferindo na boa qualidade da audição. Isso porque eliminar tais fatores podem fazer o zumbido sumir imediatamente. Enquanto isso avalia-se também condições dos dentes, da mordida, das articulações temporomandibulares e cervicais. Além disso, é importante observar assimetrias musculares e ósseas que também podem interferir no zumbido do ouvido. Em contrapartida, é fundamental saber se o paciente tem algum lado preferencial para morder os alimentos.
O que é diapasão e como pode ajudar no diagnóstico?
O diapasão é um instrumento conhecido por músicos e afinadores de instrumentos. Mas é também usado por médicos otorrinos e neurologistas para avaliar de forma prática e rápida a audição da via aérea e via óssea. Como assim? Da mesma forma que quando a via aérea é testada indicando possíveis lesões do tipo neurossensorial, quando há suspeita de alterações da via óssea, falam a favor de lesões condutivas, com comprometimento da parte óssea ou até mesmo infecciosas. Consequentemente isso muda totalmente todo o tratamento do zumbido.
Como descrever o tipo de zumbido?
O zumbido é um sintoma difícil de descrever. Consequentemente, muitas vezes é difícil para o paciente explicar de forma precisa o que ele ouve. Frequentemente até mesmo os ruídos do ambiente podem confundir com o som percebido como zumbido.
Como saber se o zumbido é um som agudo ou grave?
O uso do diapasão, por ter várias frequências, pode ajudar o paciente a escolher se é mais fino, mais grosso ou um som intermediário. Assim, as frequências mais utilizadas desse instrumento costumam ser de 256 Hz, 512 Hz e 1024 Hz. Por vezes, além de dar importantes informações sobre o tipo da possível alteração auditiva, ou seja, se de origem neurossensorial ou condutiva, auxilia também no exame da percepção da sensibilidade térmica e tátil através da vibração. Essa diferença é fundamental para o tratamento do zumbido, sabia disso?
Quais são os exames para o diagnóstico?
Juntamente com as informações dadas pelo paciente acrescidas ao exame físico feito pelo otorrinolaringologista, os exames solicitados vão depender exclusivamente do tipo do zumbido. A princípio o otorrino solicita primariamente exames para saber como anda a saúde auditiva. Então os principais exames são:
Alguns exames solicitados
- audiometria tonal e vocal
- impedanciometria
- otoemissões acústicas transientes e produtos de distorção
- pesquisa de potenciais auditivos evocados (PEATE ou BERA)
- eletrococleografia
- pesquisa de reflexo do nervo acústico
- índice de porcentagem de reconhecimento de fala
- audiometria de altas frequências
- limiar do desconforto auditivo
- MML (Minimum Mascarament Level)
“Eu ouço super bem”, meu zumbido não é problema auditivo
Da mesma forma que enxergar bem não significa que não tenha nenhum problema na visão, nem sempre o fato da pessoa ouvir bem quer dizer também que não há nenhuma perda auditiva. Principalmente quando a perda auditiva mínima. Essa discreta perda pode não ser percebida pela pessoa. Por outro lado, mesmo sendo uma perda mínima, isso poderia ser suficiente para gerar zumbido, por isso a complexidade desse sintoma.
Audiometria normal: posso ter zumbido?
Apesar da audiometria normal, o paciente pode ter microlesões ocultas que não interferem nas respostas feitas durante o exame. E por que isso ocorre? Isso ocorre porque nem todas as frequências são testadas durante a audiometria, isto é, apenas as frequências ligadas à fala e ao entendimento que usamos mais frequentemente no dia a dia é que são testadas.
Para que servem exames eletrofisiológicos auditivos?
Os exames eletrofisiológicos podem ser complementares na investigação diagnóstica do zumbido. Existem algumas lesões nas células do ouvido que não chegam a interferir na audição e portanto, a audiometria pode vir “normal” porém é possível perceber distorções nesses exames ditos eletrofisiológicos. Eventualmente o paciente pode perceber o zumbido em apenas um ouvido ou um lado da cabeça, ou seja, unilateral. Nessa hora, exames específicos podem ajudar na investigação da causa do zumbido. Um exemplo disso é o trauma acústico unilateral.
Quais exames de imagem para diagnóstico do zumbido?
Em alguns casos é necessário uma investigação mais aprofundada com exames de imagem. Tais como:
- Tomografia de ossos temporais e ou Ressonância magnética de ouvido interno com visualização de ângulo pontocerebelar (este preferencialmente feito com contraste) ou até mesmo de crânio
- Ultrassonografia doppler de carótidas
- Angiorressonância de crânio arterial e venosa
- Ressonância de coluna cervical
- Ressonância de articulação temporomandibular podem ser necessários
O que ver no exame de sangue?
Exames laboratoriais ajudam o médico a verificar alterações metabólicas, hormonais e possíveis alterações que não necessariamente sejam a causa específica do zumbido, porém podem piorar o incômodo do zumbido. Distúrbios do metabolismo do açúcar por exemplo tem potencial de causar lesões microscópicas nos ouvidos que podem levar ao aparecimento do zumbido. Assim como vitamina D, B12, hormônios da tireoide e da menopausa também podem interferir no zumbido.
Para que serve a audiometria de altas frequências?
A audiometria de altas frequências é capaz de verificar os limiares auditivos do indivíduo a partir da frequência de 8KHz, ou seja, pesquisa-se os tons mais agudos, portanto, são sons percebidos como mais “fininhos”. Com ele verifica-se se há alterações e principalmente a simetria. Geralmente é solicitado quando o zumbido é caracterizado como muito “fino” ou muito “agudo”, principalmente se a audiometria convencional for considerada normal.
Existe algum exame para medir o zumbido?
Sim, trata-se da acufenometria. Por meio desse exame é possível obter detalhes mais específicos do zumbido como o pitch, o loudness, o minimum masking level. Em outras palavras dá para saber o tom, a intensidade ou volume e se há algum som capaz de mascarar esse som tão irritante. Por exemplo,o pitch é o tom do zumbido, dado em Hertz, sinalizando se o som é mais agudo ou mais grosso, ou seja, quanto mais agudo, mais alta é a frequência em Hertz. Por outro lado, o loudness, dado em decibéis, nos dá o volume ou a altura do zumbido, se é alto ou baixo. Já o minimum masking level é o som mínimo capaz de fazer a pessoa não perceber mais o zumbido.
Pode ter tontura junto?
Zumbido já é bem chato sozinho. Imagine quando vem junto de outra chatice, a tontura. Sempre que um ocorre, não necessariamente precisam aparecer simultaneamente. Mas na vigência dos dois eles precisam passar por avaliação médica.
Como explicar zumbido e tontura juntos?
Porque o nervo da audição e o nervo que “cuida” do labirinto, formam um nervo só. Ou seja, formam em conjunto o VIII par nervo craniano, chamado também de vestibulococlear. Ao mesmo tempo, quando se subdivide em dois nervos ao longo do seu trajeto: um vai para o labirinto (nervo vestibular) e o outro, que é o nervo auditivo, segue para o ouvido interno. Consequentemente, uma lesão no nervo principal pode dar sintomatologia tanto no labirinto, como por exemplo tontura, como na audição: zumbido ou perda auditiva.
Para que serve o exame de eletrococleografia?
O exame de eletrococleografia pode ser pedido para avaliação do zumbido, mas nem sempre será necessário. Esse exame verifica basicamente se há um aumento da pressão dentro do labirinto. Todavia, a pessoa não precisa ser hipertensa, ou seja, mesmo que a pessoa tenha pressão arterial normal, ela pode ter uma pressão aumentada dentro do labirinto. Ou seja, uma hidropsia endolinfática. Esse exame pode ser solicitado na suspeita da Síndrome ou Doença de Menière. Mas essa suspeita é levantada pelo otorrinolaringologista quando o paciente relata zumbido e ou perda auditiva na vigência da crise de tontura.
Eletrococleografia alterado: isso já significa D. de Menière?
Não. Para ter a doença de Menière é necessário preencher uma série de critérios que periodicamente são atualizados pela Barany Society. Portanto, é fundamental um otorrinolaringologista experiente ou um otorrino com experiência na área de otoneurologia avaliar o seu caso. Daí sim esse exame poderá ter uma interpretação correta.
O zumbido começou de um jeito e mudou ?
Sim, o zumbido pode mudar. A pessoa pode perceber que começou com um chiado e que passou a ser um apito, por exemplo. Além disso, pode ocorrer também a situação de um som se sobrepor a outros de forma contínua ou em alguns momentos. Assim, fica claro como esse sintoma pode oscilar de uma hora para outra. Nesse sentido, sabemos que o zumbido pode aumentar, diminuir ou até mesmo sumir e voltar. À essa oscilação, chamamos de modulação, isto é, o som do zumbido pode sofrer mudanças de uma hora para outra. Com tudo isso, som mais alto ou mais baixo, ter mais de um zumbido, nada disso representa maior ou menor gravidade. Daí a importância da investigação da causa do aparecimento do zumbido.
Como saber se o meu zumbido tem modulação?
Durante o exame físico para investigar o zumbido, o profissional da saúde pode fazer alguns testes. Um deles é o teste somático. Por meio da palpação ou mesmo de movimentos realizados ativamente pelo paciente, em alguns casos é possível perceber alguma mudança no som: ficando mais alto, mais baixo, mudar o som e até sumir.
Qual é o melhor tratamento para o zumbido?
O tratamento de zumbido no ouvido não é igual para todas as pessoas. Assim como as causas são diferentes, o tratamento também difere de uma pessoa para outra. Mesmo que o zumbido seja igualmente percebido como um apito, por exemplo, não quer dizer que as causas sejam idênticas. Por isso é muito importante ter cuidado com as receitas milagrosas que vemos todos os dias espalhadas nas redes sociais. Frequentemente ocorre o relato de pessoas que são enganadas com essas “super dicas infalíveis” ou que tomaram o remédio que foi bom para outra pessoa. Procure o otorrinolaringologista que tenha experiência em tratar zumbido no ouvido.
O zumbido piora ao tomar algum remédio?
Pode acontecer do zumbido piorar após a ingestão de algum remédio, que pode ser sinal de um efeito colateral não desejado ou estar relacionado à doença que esteja tratando. Por outro lado, nem todo remédio que tenha esse efeito colateral, o zumbido aparece na mesma hora que a pessoa toma o remédio. Ou seja, pode ocorrer do zumbido aparecer somente após alguns dias ou semanas de uso. Por isso, a avaliação e a experiência do médico é fundamental.
O sono pode interferir no zumbido?
Sabe aquela história do cachorro ficar brincando de correr atrás do rabo? Pois bem, se o zumbido atrapalhar no sono, a pessoa não dormirá bem. Consequentemente, se não dormir bem o zumbido irá irritar mais e isso tem explicação: quando não dormimos bem, o corpo não descansa, a cabeça não descansa. Desse modo, se o corpo não funcionar bem, a cabeça também não irá bem causando mau humor, dor de cabeça, falha na memória, piora no raciocínio e logicamente piora do zumbido.
O zumbido é contínuo ou some e volta ?
Pode sim oscilar ao longo do dia, sumir do nada e voltar depois. Assim como pode também ser contínuo, 24 horas sem parar, tendo horários mais fortes e mais fracos ou ser o mesmo som o dia todo. E qual a importância dessa informação? O zumbido que muda, certamente tem como uma das causas alguma causa que oscile também tais como alimentação, remédio, sono, doenças, emocional, tensão muscular originados por problemas na região cervical, mordida e estresse. Afinal, você já percebeu se o zumbido piora com alguma coisa?
Por que meu zumbido é pior pela manhã?
Não existe uma regra, mas quando esse sintoma é pior pela manhã também pode estar relacionado ao jejum ou a alterações relacionadas ao sono como apneia e ao bruxismo que a pessoa pode ter dormindo sem perceber.
Aconteceu alguma coisa na fase em que o zumbido começou ?
Alguns gatilhos podem desencadear o aparecimento do zumbido tais como:
- exposição ao ruído alto (explosão, show, estouro de fogos de artifício, uso de algum eletrodoméstico ou equipamento)
- medicamentos
- doenças, internações
- situações de estresse (briga, desemprego, cobranças excessivas no trabalho)
- situações de muito sofrimento e tristeza (morte de um ente querido, doença grave)
Existem fatores de piora ou de melhora?
Algumas pessoas conseguem perceber uma piora após uso de café, energéticos, sono ruim, episódio de estresse, jejum, excesso de consumo de carboidratos (doces, massas), crise de ansiedade. Por outro lado algumas pessoas referem que quando vira o pescoço o zumbido some do nada ou se dormirem deitadas para um determinado lado o zumbido fica mais baixo.
Outros sintomas que podem vir junto com o zumbido
- tontura ou desequilíbrio
- sinais de apertamento ou bruxismo
- hipersensibilidade a sons do dia a dia que muitas vezes outras pessoas “nem ligam”
- perda ou aumento do peso
- perda de audição repentina ou progressiva
- insônia, queda de cabelo, cansaço
- dor de cabeça, orofacial, pescoço ou ombros
- sensação de ouvido tampado ou abafado tipo descer a serra ou andar do avião
Quais são as causas de zumbido no ouvido
Alterações do sono
Problemas auditivos
- Perda de audição seja por avanço da idade, trauma acústico, doenças da orelha interna ou mesmo bloqueio por cera ou infecções podem levar a uma distorção da percepção do som e consequentemente gerar zumbido no ouvido ou na cabeça
- Perfuração do tímpano tanto por trauma local (uso de cotonete por exemplo)
- Otosclerose : ocorre inicialmente em jovens por alteração ossicular específica que leva a uma perda auditiva progressiva. Em geral a progressão costuma ser lenta ao longo dos anos
- Medicamentos ou substâncias ototóxicas: antiinflamatórios, quimioterapia, cigarro, drogas, antibióticos
Alterações no labirinto
- Síndrome de Menière, Hidropsia endolinfática: o zumbido costuma se acentuar ou simplesmente apareceu junto a uma crise de tontura com perda de audição associada. Costuma envolver um aumento da pressão da endolinfa.
- Labirintopatias
Problemas osteomusculares
- Dor ou tensão na região cervical
- Bruxismo, apertamento dentário, Disfunção na articulação temporomandibular (DTM), problemas na mordida
- Síndrome Tônica do Tensor do Tímpano ou STTT
Doenças metabólicas
- Diabetes ou alterações do metabolismo do açúcar
- Problemas hormonais como doenças da tireoide, menopausa
- Dislipidemias ou alterações do colesterol
Alterações emocionais
- Depressão
- Ansiedade
- Estresse
- Transtorno obsessivo compulsivo
- A introdução ou retirada brusca dos medicamentos para tratar doenças emocionais também podem causar um desequilíbrio de neurotransmissores provocando o zumbido
Problemas neurológicos
- Traumatismo cranioencefálico
- Whiplash (trauma cervical após freada brusca, por exemplo)
- Meningeoma, Schwannoma
- Doença de Parkinson
- Hipertensão Intracraniana Benigna
- Enxaqueca
- Conflito neurovascular: alça vascular
- Doença de Alzheimer
- Esclerose lateral amiotrófica
- Encefalopatias, Convulsão, Epilepsia
- Esclerose múltipla
É possível melhorar o zumbido?
Para melhorar o zumbido é fundamental saber a causa. Por causa disso, uma investigação médica é necessária. De acordo com a literatura nem todo zumbido tem uma causa grave, mas embora raro, pode sim eventualmente ser consequência de algum tumor. Portanto, é muito importante passar por uma consulta médica, capaz de diagnosticar e avaliar as causas e o melhor tratamento para o seu caso.
Como é o tratamento do zumbido ?
Logo após uma avaliação minuciosa e uma investigação diagnóstica, é possível saber quais são os melhores tratamentos para o seu tipo de zumbido. Às vezes é necessário mais de um tratamento dependendo da causa ou das causas. Quanto melhor for a investigação, melhores são as chances de sucesso no tratamento.
Como o excesso de açúcar prejudica a audição?
O açúcar vai deteriorando pouco a pouco as estruturas vasculares, nervosas e celulares da nossa audição. Essas lesões podem ser transitórias ou definitivas. Consequentemente, todo esse desgaste sofrido ocasionaria um mau funcionamento das vias auditivas ocasionado perda auditiva.
Por que o açúcar faz mal ?
É sabido que o açúcar é um carboidrato simples que nos fornece a energia necessária para o corpo funcionar. Mas em excesso, como na diabetes, pode danificar várias estruturas do nosso corpo, inclusive das nossas vias auditivas. Dessa forma, mesmo que ocorra micro danos às células, uma vez lesadas, causariam distorções na percepção de som gerando o zumbido.
Parar de comer açúcar vai fazer o zumbido sumir?
Enquanto essas lesões auditivas forem reversíveis, parar de comer doces pode melhorar e até fazer sumir o zumbido. Porém, nem todas as lesões são reversíveis. Isso também não quer dizer que o zumbido não possa melhorar ao controlar a dieta. E por que isso ocorre? Isso porque ao controlar a dieta haverá também menor avanço de lesão nas vias auditivas.
Alterações hormonais e zumbido, qual a relação?
Alterações hormonais como no caso da tireoide e desbalanço dos hormônios femininos, assim como a falta de vitaminas B12, D e zinco podem também contribuir para o aparecimento do zumbido no ouvido.
Colesterol alto pode causar zumbido?
Além do açúcar, outros erros do metabolismo podem prejudicar o bom funcionamento da via auditiva. Por exemplo, o aumento de gordura no sangue, conhecida como dislipidemia, aumenta a chance de entupimento das artérias provocando aterosclerose. Esse bloqueio, mesmo que parcial, faz com que menos oxigênio e nutrientes cheguem às células do ouvido interno que são extremamente sensíveis a eventos vasculares. Isso provocaria um mal funcionamento das vias auditivas e essas distorções podem ter como consequência o zumbido.
Zumbido pode ter origem osteomuscular ?
Sim! Vamos começar com uma delas que é a Síndrome Tônica do Tensor do Tímpano, também conhecida como STTT, foi descrita inicialmente nos anos 70 por Klockhoff. Portanto, não é nenhuma condição nova e muito menos rara para quem trabalha com zumbido. Mas muita gente, muita mesmo, nunca nem ouviu falar.
Do que se trata esse nome Tensor do Tímpano?
Em primeiro lugar vamos falar de um músculo chamado tensor do tímpano que pode interferir no funcionamento da membrana do tímpano devido sua conexão com um ossículo do ouvido chamado cabo do martelo.
Para que serve esse músculo tensor do tímpano?
Todo mundo já deve ter passado pela situação de ter ido a um show e notar que ficou “surdo” após o show. Essa é a função desse músculo, proteger nossos preciosos ouvidos abafando o som, tentando impedir que o som alto continue entrando na nossa via auditiva, protegendo-o. E após um tempo, fora do show, esse mecanismo é desfeito e nossa audição voltaria ao “normal”.
Quais são as principais características do zumbido na STTT?
O tipo de zumbido pode variar, mas é comum a queixa de um tremor ou vibração no ouvido. Portanto, pode ter um ritmo próprio que pode ser compassado ou “bagunçado”. Ainda assim, pode se manifestar de forma diferente em cada pessoa. O paciente pode perceber como se fosse asa de borboleta ou barulhos do tipo “tec tec tec”, entre outros. Constantemente outras pessoas podem ouvir esse som. Inclusive esse zumbido pode ser visível e audível ao otorrinolaringologista ao exame de otoscopia durante a consulta.
Além do zumbido quais outros sintomas da STTT?
Simultaneamente ao zumbido pode ocorrer sensação ouvido tampado, tipo descer a serra, tontura, dor de cabeça, náusea, dor de ouvido, sensação de repuxamento ou fisgadas e até queimação próximo à orelha são bem comuns.
Tenho STTT e alguns sons passaram a me incomodar
Sim, é comum ocorrer o incômodo a determinados sons e até músicas que antes eram relaxantes, passam a ser percebidas como estressantes. Frequentemente ocorre hipersensibilidade auditiva a sons do dia a dia como por exemplo barulho de talher batendo, muita gente falando ao mesmo tempo como num restaurante, enfim, uma variedade de sons que antes não incomodavam passam a ser perturbadores ao ponto de chegar a doer o ouvido. Dessa forma a pessoa percebe os ouvidos mais “sensíveis” e isso pode ocorrer não só a sons como também ao toque.
STTT pode ter relação com bruxismo?
Sim, pessoas com bruxismo ou problemas de mordida podem ser mais propensas a ter STTT. Isso porque tanto o músculo tensor do tímpano como os músculos da mastigação são inervados pelo mesmo nervo, o trigêmeo. Dessa forma, toda a musculatura da região ficaria igualmente “irritada e cansada”, facilitando as contrações desordenadas da musculatura prejudicada.
Trauma acústico e STTT pode ter relação?
Sim, é muito comum o aparecimento de STTT após exposição a som ou ruído muito alto. Mas não é regra ter tido necessariamente um trauma acústico. Ainda assim, o trauma acústico pode servir como um tipo de gatilho para a síndrome ocorrer.
Como é o tratamento para STTT?
Fisioterapia e medicamentos que levam ao relaxamento da musculatura facial e sintomáticos. Se houver alterações do sono e ansiedade associados, precisam ser tratados. Caso contrário, o tratamento pode ser prejudicado. Igualmente recomenda-se evitar estimulantes como cafeína e xantinas. Outros tratamentos como toxina botulínica e a cirurgia podem ajudar, mas há controvérsias na literatura. Além disso, faz-se necessário tratar a ansiedade e a DTM, caracterizando o aspecto multidisciplinar do tratamento.
Como melhorar o zumbido no ouvido?
Em primeiro lugar, tratar da saúde geral é fundamental. Bem como o sono, hábitos alimentares, atividade física, checar os fatores estressores da vida. Do mesmo modo, a saúde auditiva também importa, se trabalha em ambiente com ruído ou muito estresse .
Cada tipo de zumbido tem um tratamento?
Sim! Por exemplo, uma pessoa pode ter um zumbido tipo apito causado por um trauma acústico e outro pulsátil que acompanha o coração de origem vascular. Desta forma, o tratamento para cada tipo de zumbido é bem específico. Esses dois tipos de zumbido claramente não têm a mesma causa e nem o mesmo tratamento. Analogamente, a dor de cabeça causada por pressão alta não tem o mesmo tratamento da dor de cabeça causada por enxaqueca. É assim que funciona o tratamento do zumbido.
Cortar o café faz o zumbido sumir?
Segundo a literatura, não há consenso sobre o papel da cafeína sobre o zumbido. Entretanto existe a possibilidade de que seus efeitos sejam dependentes de sua dosagem. Alguns estudos não conseguiram provar a relação entre o alto consumo de café e o zumbido. Entretanto, toda substância estimulante, principalmente se consumida em excesso, pode aumentar as vias excitatórias e aumentar a percepção do zumbido. Por essa razão é comum o relato de melhora do zumbido quando há diminuição do seu consumo.
Lavagem de ouvido melhora o zumbido no ouvido?
Ainda que alguns tipos de zumbido possam ser “ativados” após uma lavagem de ouvido, sim, a lavagem pode melhorar. Desde que a causa do zumbido seja a presença de rolha de cerume no ouvido.
Tratar bruxismo pode ajudar no tratamento?
Sim! Existem alguns tipos de zumbido que são causados por problemas de mordida, disfunção temporomandibular, bruxismo, apertamento dentário que causam tensão na região mandibular. Isso não significa que o fato de usar uma placa o zumbido vai sumir da noite para o dia. Muitas vezes, é necessário todo um trabalho até mesmo multidisciplinar envolvendo odontólogo, buco maxilo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, entre outros.
Ouvir o som da onda do mar vai curar o meu zumbido?
A Terapia Sonora usa sons para melhorar o “significado” do zumbido dentro do nosso cérebro. Esse tratamento funcionaria como uma fisioterapia de longo prazo para ajudar o paciente a diminuir o desconforto do zumbido. Por outro lado, se a causa base do zumbido não for tratada, a melhora com a Terapia Sonora será limitada.
Ignorar o zumbido vai fazer ele sumir?
Ignorar o zumbido pode ser uma estratégia de torná-lo menos incômodo, mas enquanto a causa não for estabelecida e o tratamento não estiver dirigido, ignorar não resolverá o problema do zumbido. Contudo, a Terapia Cognitiva Comportamental pode ser uma boa forma de ajudar a diminuir o desconforto.
Qual tratamento para zumbido pulsátil ?
Primeiramente é de extrema importância ser feito uma minuciosa investigação da parte vascular, embora nem todo zumbido pulsátil seja necessariamente de origem vascular. Um exemplo das causas é a Hipertensão Intracraniana Benigna. Para este caso, existem medicações que podem ajudar a diminuir a pressão do líquor e consequentemente diminuir a percepção da pulsação. Entretanto em caso de insucesso, podem ser realizadas cirurgias com o objetivo de diminuir essa pressão intracraniana. Além disso, a perda de peso é fundamental no tratamento, assim como controles hormonais.
Aparelho auditivo pode ajudar no tratamento?
Sim! Uma das causas de zumbido pode ser perda auditiva e neste caso o aparelho pode ajudar a diminuir ou até mesmo fazer “sumir” o zumbido. Isso porque o aparelho ajuda as células auditivas a trabalharem melhor e com mais qualidade, fazendo com que distorções de som sejam corrigidas e, portanto, melhorando o zumbido. Entretanto, o uso do aparelho deve ser diário, de 8 a 12 horas por dia e a melhora pode levar de 6 meses a 1 ano para ser percebida. Por isso que testes rápidos de aparelho auditivo não são suficientes para amenizar o zumbido. Além disso, a avaliação minuciosa do otorrinolaringologista poderá indicar o melhor aparelho auditivo para cada necessidade.
Fisioterapia pode tratar zumbido no ouvido?
Sim! Desde que a causa do zumbido seja de origem osteomuscular. Ou seja, se a causa do zumbido for um problema na audição sem si, a fisioterapia não vai melhorar nada.
Tenho que tratar depressão e ansiedade?
Sim! Assim como é importante cuidar da diabetes, do estresse, do sono, é muito importante tratar do nosso emocional. Se a nossa saúde mental não estiver equilibrada, pode sim piorar o zumbido. Por isso, observamos que quando não estamos bem emocionalmente, não só o zumbido piora como outros sintomas como fadiga, dor crônica, cansaço, sono irregular, memória, irritabilidade entre outros. Em outras palavras, o zumbido pode sim ter origem emocional.
Qual melhor remédio para tratamento de zumbido no ouvido?
Existe remédio para zumbido no ouvido, mas não existe uma pílula mágica. Assim como para cada infecção existe um antibiótico, para cada causa de zumbido existe algum tratamento que pode ser medicamentoso. Certamente o melhor remédio para o zumbido no ouvido vai depender da causa. Portanto, a avaliação do médico é fundamental. Contudo é importante ressaltar que embora existam muitos estudos tentando achar um remédio para o zumbido, não existe um específico que seja usado igualmente para todos os casos e nem com recomendação em bula. De fato, o que existe são tratamentos personalizados para cada caso.
Bibliografia
- Etiologia. Watanabe E, Mezzalira R. In: Oiticica J, Mezzalira R, Cassou R, Bittar R (EE). Zumbido. Thieme Revinter. 2022. 1ª edição. p51-57
- Site Tinnitus Iniative Research: Diagnostic Flowchart
- Reprodução de imagem Pixabay
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