Dra Elaine Miwa Watanabe

Dra Elaine Miwa Watanabe

Otorrinolaringologista

Zumbido tem tratamento

Tratamento para zumbido no ouvido

Saiba quais são os melhores tratamentos para zumbido no ouvido

O que fazer para melhorar o zumbido no ouvido?

Em primeiro lugar a pergunta mais frequente é zumbido no ouvido tem tratamento? Em outras palavras: o que fazer? Atualmente a resposta é sim! A princípio o tratamento começa com uma boa consulta para investigar as suas causas. Consequentemente é fundamental o médico ouvir cada detalhe de como começou. Assim como quando, os fatores associados, o nome dos remédios e as substâncias consumidas. Além disso é importante relatar ao médico se trata de outras doenças mesmo que estas não pareçam ter relação direta com o aparecimento do zumbido. Até mesmo o sono, hábitos alimentares, atividade física, fatores de piora ou melhora. Do mesmo modo a profissão do paciente também importa, se trabalha em ambiente com ruído ou muito estresse . 

Cada tipo de zumbido tem um tratamento?

Sim! Mesmo que duas pessoas tenham o zumbido com o mesmo som, a causa pode ser diferente e portanto, o tratamento também. Ou seja, mesmo que dois pacientes  refiram ouvir um chiado, não necessariamente terão o mesmo tratamento. Outro ponto muito importante é saber as características do zumbido. Assim sendo se é chiado, apito, uni ou bilateral, contínuo, pulsátil que acompanha o ritmo cardíaco ou não, se tem horário específico para aparecer ou alguma posição do corpo em que ele aparece, tudo importa. Além disso, uma pessoa pode ter mais de um tipo de zumbido, o que fala a favor de múltiplas causas ou mais fatores associados. Por exemplo, uma pessoa pode ter um zumbido tipo apito causado por um trauma acústico e outro pulsátil que acompanha o coração de origem vascular. Desta forma, o tratamento para cada tipo de zumbido é bem específico.

Cortar açúcar vai fazer desaparecer o zumbido?

De fato, se a causa do zumbido estiver relacionada à lesões auditivas causadas pelo excesso de açúcar e estas forem reversíveis, é possível que o zumbido possa sumir. Porém, caso contrário isso não quer dizer que o zumbido não possa melhorar ao controlar o seu consumo. Isso porque ao diminuir há também menor avanço de lesão nas vias auditivas, mesmo que essa não seja a causa primária do zumbido, e parte das nossas células auditivas é capaz de se regenerar. Portanto, sempre será bom controlar a ingestão de doces e massas, os chamados carboidratos simples, principalmente os de baixo índice glicêmico. Leia mais sobre o zumbido e o açúcar.

Se cortar o café o zumbido some?

Segundo a literatura não se sabe ainda ao certo o papel da cafeína sobre o zumbido. Entretanto existe a possibilidade de que seus efeitos sejam dependentes de sua dosagem. Acrescido a isso existe a sensibilidade individual de cada paciente. De fato, alguns estudos não conseguiram demonstrar a relação entre o alto consumo de café e o zumbido. Apesar disso, toda substância estimulante, principalmente se consumida em excesso, pode aumentar as vias excitatórias e aumentar a percepção do zumbido. Essa seria uma das possíveis explicações de melhora do zumbido quando há diminuição do seu consumo. Leia mais sobre zumbido e café.

Lavagem de ouvido melhora o zumbido?

Ainda que alguns tipos de zumbido possam ser “ativados” após uma lavagem de ouvido, sim, a lavagem pode melhorar.  Desde que a causa do zumbido seja a presença de rolha de cerume no ouvido. Constantemente o paciente se  queixa de perda de audição repentina e aparecimento do zumbido simultaneamente na presença de cera após uso de cotonete ou entrar água. Quando retiramos a cera ocorre o alívio da surdez e do zumbido após a retirada da cera que pode ser feita com lavagem ou retirada com pinças específicas de forma cuidadosa pelo profissional especializado que é o otorrinolaringologista. Em vista disso, não faça esse procedimento em casa porque existe o risco de lesionar o conduto. Dessa maneira até mesmo o tímpano, o que poderia causar sua perfuração e ocasionar zumbido. 

Placa para bruxismo trata zumbido no ouvido?

 Sim! Existem alguns tipos de zumbido que são causados por problemas de mordida, disfunção temporomandibular, bruxismo, apertamento dentário que causam tensão na região mandibular. Isso não significa que o fato de usar uma placa o zumbido vai sumir da noite para o dia. Muitas vezes, é necessário todo um trabalho até mesmo multidisciplinar envolvendo odontólogo, buco maxilo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, entre outros. Além disso, mudança de alguns hábitos que a pessoa nem se dá conta que podem gerar zumbido mais alto como roer unhas, mastigar o alimento mais de um lado, mascar chiclete de forma exagerada, forçar a abertura da boca propositadamente, entre outros.

Ouvir onda do mar vai curar o zumbido?

Ouvir sons como onda do mar, barulho de chuva ou mesmo o ruído branco, também conhecido como white noise podem ajudar a mascarar o zumbido. Dessa maneira existem alguns tratamentos como a Terapia Sonora, que usa exatamente esses sons para melhorar o “significado” do zumbido dentro do nosso cérebro. Esse tratamento funcionaria como uma fisioterapia de longo prazo para ajudar o paciente a ressignificar o zumbido. Ou seja, no intuito de fazer com que o cérebro entenda que o zumbido não é uma sirene de bombeiro, um alarme de incêndio ou de ambulância, coloca-se um som que seja contínuo e agradável para o paciente num tom mais baixo que o zumbido. Isso fará com que o cérebro reconheça esse novo som e com o tempo passe a perceber menos o zumbido.

Ignorar o zumbido vai fazer ele sumir?

Ignorar o zumbido pode ser uma estratégia de não deixá-lo virar o ator principal da nossa vida. Quando ficamos insistentemente obcecados por um determinado problema, e não precisa ser só o zumbido, não somos nós que tomamos as rédeas da nossa vida e sim o problema que nos está atormentando. Portanto, investigar a causa do zumbido e saber que o não uma doença grave por trás, já traz um alívio e tanto. A partir daí, condicionamos o nosso cérebro a ressignificar emocionalmente esses sons que nos incomodam. Existem diversas técnicas terapêuticas para melhorar esse incômodo que aflige tantas pessoas e uma delas se chama Terapia Cognitiva Comportamental.

Existe remédio para zumbido no ouvido?

Quando se sabe a causa do zumbido, o tratamento é melhor direcionado, portanto, existe sim remédios que possam tratar o zumbido. Por conseguinte as medicações prescritas pelo médico serão baseadas em focar nas causas e fatores associados identificados na consulta. Ainda assim é bem comum o médico ter que usar mais de um medicamento ou combinar outros tratamentos que não necessariamente medicamentosos. Daí a importância de uma equipe multidisciplinar. 

Existe tratamento para zumbido pulsátil ?

Uma das causas de zumbido pulsátil é a Hipertensão Intracraniana Benigna. Para este caso, existem medicações que podem ajudar a diminuir a pressão do líquor e consequentemente diminuir a percepção da pulsação. Entretanto em caso de insucesso, podem ser realizada cirurgias com o objetivo de diminuir essa pressão intracraniana. Além disso, a perda de peso é fundamental no tratamento, assim como controles hormonais.

Como tratar o zumbido musical?

O tratamento vai depender da causa base. Se por exemplo, ocorreu após uso de uma medicação, a sua substituição pode fazer desaparecer esse tipo de zumbido. Mas cada caso deve ser avaliado e examinado pelo seu médico. O zumbido musical pode ter múltiplas causas e talvez seja necessário mais de um tipo de tratamento combinado.

Zumbido pode melhorar com aparelho auditivo?

Sim! Uma das causas de zumbido pode ser perda auditiva e neste caso o aparelho auditivo pode ajudar a diminuir ou até mesmo fazer “sumir” o zumbido. Isso porque o aparelho ajuda as células auditivas a trabalharem melhor e com mais qualidade, fazendo com que distorções de som sejam corrigidas e portanto, melhorando o zumbido. Entretanto, o uso do aparelho deve ser diário, de 8 a 12 horas por dia e a melhora pode levar de 6 meses a 1 ano para ser percebida. Por isso que testes rápidos de aparelho auditivo não são suficientes para amenizar o zumbido. Então clique aqui se quiser saber mais do porque não melhorou com aparelho ou se existem outros tipos específicos que possam te ajudar.

Sono ruim piora o zumbido?

Infelizmente sim. O sono deve ser reparador ou seja, precisamos descansar nosso corpo e nossa cabeça para que todos os nossos sistemas funcionem de forma equilibrada. Quando o sono é ruim seja por causa de insônia, apneia do sono ou poucas horas dormidas tudo funciona mal: a memória, o humor, o raciocínio, nossos eixos hormonais. Consequentemente, a percepção do incômodo em relação ao zumbido piora também. Posto isso, é fundamental tratar o sono. Cabe ressaltar ainda que um hormônio chamado cortisol geralmente se encontra aumentado em fase de estresse, tirando o nosso sono e aumentando a taxa de glicose no sangue, trazendo mais consequências ruins para o zumbido. 

Tem fisioterapia para o zumbido?

Tem sim! Tensões em região de ombro, pescoçoárea mandibular podem causar um tipo de zumbido chamado somatossensorial. Dessa forma, a fisioterapia pode ajudar a corrigir vícios de postura, mordida e até mesmo tratar lesões da região que podem causar zumbido. Existem alguns tipos de zumbido inclusive pulsáteis que são exclusivamente de origem muscular e podem ser aliviados com fisioterapia e manobras de relaxamento.

Depressão e ansiedade, devo tratar?

Sim! Transtornos do humor  podem estar relacionados ao zumbido no ouvido e se não tratados podem consequentemente piorar o zumbido no ouvido. Portanto, equilibrar a parte emocional é muito importante no tratamento do zumbido. Por isso, observamos que quando não estamos bem emocionalmente, não só o zumbido piora como outros sintomas como fadiga, dor crônica, cansaço, sono irregular, memória, irritabilidade entre outros.

Tratamentos para Zumbido no Ouvido

O tratamento do zumbido no ouvido depende da causa e dos sintomas associados. Algumas opções de tratamento incluem:

  • Terapia sonora: De fato, o uso de sons de fundo, como ruído branco, sons da natureza ou música suave, pode ajudar a mascarar o zumbido e torná-lo menos perceptível.
  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC): A princípio, a TCC pode ajudar a lidar com o estresse e a ansiedade associados ao zumbido, reduzindo seu impacto negativo na vida diária.
  • Medicamentos: Em alguns casos, medicamentos como antidepressivos, ansiolíticos ou anticonvulsivantes podem ser prescritos para ajudar a aliviar o zumbido ou seus sintomas associados. A saber, alguns medicamentos como gingko biloba e relaxantes musculares: saiba o que diz a ciência a respeito clicando no link.
  • Outras terapias: Outras terapias, como acupuntura, fisioterapia e técnicas de relaxamento, podem ser úteis para algumas pessoas.

Tratamento cirúrgico para zumbido no ouvido

O tratamento cirúrgico do zumbido representa uma alternativa terapêutica importante e eficaz para pacientes que apresentam causas específicas e tratáveis para esse sintoma. Por isso é fundamental a avaliação do médico otorrinolaringologista para saber se a causa do zumbido tem a possibilidade de ser tratada cirurgicamente. Só para ilustrar, algumas indicações de cirurgia: estapedectomia para otosclerose, timpanoplastia e reconstrução ossicular, procedimentos específicos para zumbido pulsátil de origem vascular. Nesse caso, um exemplo seria a ressecção de glômus timpânico.

Sobre novos tratamentos para zumbido no ouvido

Embora existam alguns estudos sugerindo o laser ou fotobiomodulação, a estimulação magnética transcraniana e outros  dispositivos tecnológicos de uso intra oral, ainda não há protocolos científicos de ampla escala para sabermos  se essa melhora é real e sustentável. Ao mesmo tempo que há estudos falando que tiveram um bom efeito, há vários outros estudos que não viram melhora alguma. Portanto, o que se sabe é que é fundamental primeiro saber a causa. Assim, investigar com o médico é o melhor caminho em direção ao alívio.

Bibliografia especializada em zumbido no ouvido :

  1. Erden B, Doblan A. Evaluation of outcomes related to hearing and tinnitus after ossicular chain reconstruction. J Craniofac Surg. 2020;31(8):2250-5.
  2. Langguth B. (2015). Treatment of tinnitusCurrent opinion in otolaryngology & head and neck surgery23(5), 361–368.
  3. Levine, R. A., & Oron, Y. (2015). TinnitusHandbook of clinical neurology129, 409–431.
  4. Langguth, B., Kreuzer, P. M., Kleinjung, T., & De Ridder, D. (2013). Tinnitus: causes and clinical managementThe Lancet. Neurology12(9), 920–930.
  5. Site Tinnitus Iniative Research: Diagnostic Flowchart
  6. Burkett et al. An Up do Date Review of Pseudotumor Cerebri Syndrome. Curr Neurol Neurosci Rep 2018;18(6):33
  7. Ghahraman MA et al. A comprehensive review of the effects of caffeine on the auditory and vestibular systems. Nutritional neuroscience 2021, 1–14. 
  8. Imagem Pexels
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