Zumbido no ouvido: os 07 piores erros
Descubra a seguir os 07 piores erros para quem tem zumbido no ouvido. Este é um sintoma muito desafiador. Como não se trata de uma doença, pode ter apenas uma ou mais de uma causa associada. E se somente uma das causas for tratada, o zumbido pode até melhorar, mas pode não sumir completamente.
Erro 1: Achar que só cortar o café vai fazer o zumbido sumir
Mito! O café não está proibido na dieta de quem tem zumbido no ouvido. Existem até estudos dizendo que o café pode ser benéfico por causa de suas propriedades antioxidantes, assim como o vinho. Por outro lado, sabemos que nenhuma bebida alcoólica em excesso traz benefícios para a nossa saúde. Portanto, se por um lado o café pode nos trazer benefícios, o excesso também pode ser nocivo. E por que disso?
A resposta está na propriedade estimulante do café, podendo atrapalhar inclusive no sono. Primeiramente, se o sono não é reparador, mesmo que essa não seja a causa do zumbido, o incômodo pode piorar e muito. E outra, justamente essas propriedades excitatórias poderiam deixar nossas estruturas cerebrais e auditivas mais propensas à piora do zumbido. Portanto, cortar exclusivamente todo o café, não vai fazer o zumbido sumir. Embora possa melhorar naqueles que tomam em excesso. Então qual seria a quantidade indicada? Seria de 2 a 3 xícaras de café por dia, evitando-os de tomar no final da tarde ou à noite para não atrapalhar o sono.
Cada zumbido tem a sua causa. Por isso, se essa não for a sua causa, cortar aleatoriamente o café não vai melhorar o zumbido.
Erro 2: Achar que zumbido é sinal de demência
Falso! Muitos pacientes temem que o zumbido seja um “aviso” do cérebro de que a pessoa está ficando com demência. Sob o ponto de vista científico não existem estudos sérios e em grande escala confirmando essa hipótese. Além disso, o que os estudos do mundo inteiro concluem é que o zumbido pode ser na verdade um fator confundidor. O que isso significa? Em outras palavras, quer dizer que pelo fato da demência aparecer em pessoas de idade mais avançada, em geral elas tem também perda auditiva. Esta sim, se não tratada, é fator de risco para o aparecimento de demência, inclusive da doença de Alzheimer. E consequentemente, uma das causas do zumbido é a perda auditiva. Então, na realidade, o zumbido seria um fator confundidor e não de fato um fator de risco para o aparecimento de demência.
Erro 3: Tomar remédio sem indicação médica
Parece tão óbvio, mas tomar remédio sem indicação médica dificilmente vai curar o zumbido no ouvido. Da mesma forma que tomar um antibiótico qualquer sem saber a causa da infecção. Assim como cada antibiótico tem sua indicação específica e seus efeitos colaterais, é preciso saber primeiro qual é a causa do seu zumbido. Antes de mais nada é preciso saber a causa do zumbido. E é preciso saber que medicamentos têm efeitos colaterais. Portanto, o tratamento medicamentoso não é para todos e precisa ser monitorado. É possível ocorrer efeitos não desejados e ninguém quer ganhar mais problemas tomando remédio errado não é mesmo? Inclusive, nem todo tratamento para o zumbido é medicamentoso.
Erro 4: Achar que zumbido é sinal de esquizofrenia
Falso! Existe uma certa confusão das pessoas acharem que zumbido no ouvido é coisa de gente que está ficando com esquizofrenia. Porém, a pessoa com esse tipo de transtorno pode ter ilusões tanto auditivas como visuais. Ou seja, no caso da ilusão auditiva a pessoa pode ter a percepção de que há vozes conversando com elas. Em geral essas vozes tem caráter agressivo e é comum ter conteúdo ofensivo, com palavras de xingamento e ordens a esse paciente. Além disso, tem outros sintomas associados e descreve situações que não condiz com a realidade. Já o zumbido é caracterizado por uma percepção de um som, não há presença de frases.
Erro 5: Não tratar da audição
Se uma das causas do zumbido for perda auditiva, não tratar da audição pode ser um grande erro. Isso ocorre por vários motivos. O primeiro é fácil entender: quanto maior a perda auditiva, ouvimos menos os sons externos, portanto, a percepção dos nossos sons “internos” fica maior, uma vez que não temos outros sons “mascarando” o zumbido. Por isso quem tem zumbido fica bem em locais com mais ruído ambiente ou sons do dia a dia e piora à noite quando tudo está mais silencioso. E por isso também recomenda-se o uso de geradores de som que vão se sobrepor ao zumbido ouvido pelo paciente. O outro motivo é que se o paciente com perda auditiva não recebe estímulos para que suas células auditivas se “exercitem” , a própria perda auditiva pode causar distorções sonoras que a pessoa vai perceber como zumbido.
Erro 6: Não acreditar que o zumbido possa ter origem emocional
O zumbido pode ter relação com o desequilíbrio de neurotransmissores. Eles são uma espécie de “mensageiros” de informações entre os neurônios que existem no nosso corpo todo incluindo o nosso cérebro. A falta ou o excesso de algum deles pode manifestar doenças como depressão, ansiedade, transtorno bipolar , entre outros. E junto, o zumbido pode vir associado, assim como alterações do sono (insônia ou sono excessivo), alterações de memória, apetite e por aí vai. Portanto, o zumbido pode ter origem emocional, mesmo que a audição esteja perfeita. Aliás, não precisa ter alteração auditiva para o zumbido aparecer.
Erro 7: Acreditar em remédio milagroso
Não existe remédio milagroso. O que existe é muita propaganda enganosa a respeito. Porém, o que deveria ser natural é obter as vitaminas e sais minerais com a alimentação baseada em comida de verdade. Dormir bem, se hidratar, parar de levar o estresse para casa, se divertir, praticar esportes. Isso sim é um tratamento natural!
Bibliografia: 1)Etiologia. Watanabe E, Mezzalira R. In: Oiticica J, Mezzalira R, Cassou R, Bittar R (EE). Zumbido. Thieme Revinter. 2022. 1ª edição. p51-57. 2) Reprodução de imagem Pixabay
